sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

O Jesus da Mangueira - onde está o erro?





     A escola de samba Estação Primeira de Mangueira fez o seu desfile de 2020 concentrada na história de Jesus, a qual foi utilizada para fazer uma crítica social apontando para a violência contra o povo favelado.  A reclamação é a de sempre: pessoas pobres, negras e faveladas são oprimidas pela polícia e pelo governo (principalmente o do Bolsonaro). É nesse ponto que Jesus entra na história. Se Jesus tivesse nascido hoje, ele provavelmente seria pobre, morador de periferia, andaria com pessoas faveladas e seria constantemente abordado pela polícia (de acordo com a escola de samba). Porém, existem muitos erros aí:

     O maior problema aqui é o vitimismo. Pessoas não são abordadas pela polícia simplesmente por serem negras e faveladas, mas porque estão em situação suspeita. A polícia tem que fazer o trabalho dela, independente da cor do suspeito.  Se existem casos de racismo por parte da polícia, esses certamente são raros e devem ser denunciados.

O vitimismo 


     Esses dias vi um vídeo onde um jovem negro era abordado por dois policiais. No momento da revista o jovem começou a se vitimizar e o policial lhe deu uma bronca. Muitas pessoas começaram a comentar o vídeo dizendo que o jovem estava sendo oprimido por causa de sua cor. Ninguém notou que o policial que estava revistando o jovem era negro também. Ninguém percebeu que o jovem estava parado na esquina com uma mochila nas costas em atitude suspeita. O povo só enxergava uma coisa no vídeo: racismo. Infelizmente o discurso vitimista tomou conta dessa geração.

Negro, tatuado, cabelo tingido de loiro e crivado de balas. Essa é a "vítima da sociedade" na visão da Mangueira: um bandido morto pela "polícia opressora".


     Voltando ao caso da escola de samba,  uma ala chamada "Bandido bom é bandido morto"  mostrou um carro alegórico que exibia a imagem de um bandido negro crucificado, dando a entender que os bandidos também são "oprimidos" pelas autoridades simplesmente por conta de sua cor e situação social... Um absurdo! Bandido não é vítima, bandido apenas colhe o que planta. Ao entrar na vida do crime o bandido sabe muito bem que será alvo da polícia. Bandido não é um coitadinho discriminado e oprimido como a Mangueira tentou mostrar, mas um preguiçoso que viu no crime uma possibilidade de ganhar dinheiro sem precisar trabalhar.

Jesus da Mangueira vs Jesus bíblico 


     Sim! Jesus nasceu no meio da pobreza e andava na companhia de pecadores. A diferença é que ele tirava esses pecadores da vida pecaminosa. As pessoas que andavam com Jesus eram transformadas. Em momento algum Jesus se associou com as coisas erradas que essas pessoas faziam.

     O "Jesus" da Mangueira, por sua vez, não transforma ninguém. Ele nasceu na periferia, onde existem pessoas boas e ruins. Ele poderia ter estudado (pois a escola é gratuita). Poderia ter arranjado um emprego, poderia ter levado uma vida honesta (como muitos moradores de favela levam), mas optou pela malandragem e vagabundagem. Por conta de sua escolha infeliz, virou alvo da polícia. Agora não adianta se vitimizar.

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