quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O argumento da banana e o argumento do pequi

ARGUMENTO: “Se o design da banana é evidência da existência de um Criador, o design do pequi evidencia o contrário”

Tudo começou quando dois evangelistas (Ray Comfort e Kirk Cameron) apresentaram seu argumento da banana no episódio “The Atheist Nightmare”, veja o vídeo abaixo:


Eles argumentaram que o design da banana, que se encaixa perfeitamente na mão e na boca, é evidência da existência de Deus. Comfort até comparou a fruta com uma lata de refrigerante, onde há uma espécie de patilha que você usa para abrir.
Era para ser uma apresentação humorística da idéia de design que Comfort apresenta em algumas de suas palestras, mas ele cometeu dois erros: apresentou a idéia de forma  formal e longe de uma platéia. Dessa forma, o que era para ser uma apresentação bem humorada (uma brincadeira para descontrair) acabou se tornando um aparente argumento em defesa do criacionismo.
A partir daí o “argumento” se popularizou na internet, numa versão cortada que os neo-ateus utilizam constantemente para zombar do criacionismo.

Geralmente a coisa vai ocorrer da seguinte forma:

O criacionista começa a expor seus argumentos.
O neo-ateu, de forma sarcástica, cita o “argumento da banana”, na tentativa de ridicularizar a posição criacionista. Depois o próprio neo-ateu poderá refutar a idéia de duas formas:
1
-       - Ou ele vai usar o argumento do pequi (uma objeção ao argumento da banana)
          -Ou vai usar o argumento da evolução da banana.

O argumento do pequi



O pequi é uma fruta cujo caroço é dotado de muitos espinhos. Uma pessoa que não conhece essa fruta pode se machucar ao tentar mordê-la. O neo-ateu então vai argumentar:

“Como deus poderia criar uma fruta cheia de espinhos pontiagudos?”

Lembrando que os neo-ateus escrevem Deus com “d” minúsculo para mostrar que são rebeldes! Rsrs! 

Essa pergunta geralmente vem acompanhada de uma piadinha:

“Se seu deus existir com certeza ele é um grande...”  (aqui ele vai blasfemar ou dizer que Deus é um grande brincalhão, zombador ou que possui humor negro)”.

Então o neo-ateu vai finalizar dizendo:

“Se a banana prova que existe um Criador, o pequi prova o contrário”

Mas será que a presença de espinhos no interior do pequi de fato é prova contra o criacionismo? Estou certo que não! O pequi é uma fruta nativa dos cerrados brasileiros. É uma planta xerófila (xero = seco), ou seja, uma planta adaptada para viver em lugares com climas quentes e secos. Plantas desse tipo utilizam os espinhos para diminuir a superfície relativa da planta e assim evitar a perda de água através da evaporação, para evitar que os animais consumam suas reservas de água ou para proteger a integridade de seus frutos (o que parece ser o caso do pequi). Portanto existe uma finalidade clara para a existência desses espinhos no interior dessa fruta (afastar animais que poderiam destruir sua semente). O pequi, apesar de ser muito apreciado na culinária, não parece ter sido projetado para ser consumido in natura, mas somente depois de certo preparo. Nem todos os alimentos encontrados na natureza podem ser consumidos do jeito como são colhidos do pé. O pequi não é como a maçã, que você pega e já vai cravando os dentes! Existem outras formas de saborear essa fruta. Isso em nada contesta o criacionismo. 

Evolução da banana


Esse é o argumento preferido dos neo-ateus estrangeiros contra o “argumento da banana”, visto que os gringos não conhecem direito o pequi, que é uma fruta tipicamente brasileira. Primeiro eles vão afirmar que a banana atual é uma “invenção humana”! Isso mesmo! Uma versão melhorada pelo próprio homem. A banana original não era própria para o consumo, dizem, pois era cheia de sementes grandes e duras. Assim, depois de várias mutações provocadas por interferência humana (fonte: achismo neo-ateísta), a banana evoluiu e se tornou comestível. Será? Tenho algumas objeções:




Como os naturalistas podem afirmar com tanta propriedade que a banana atual é fruto de intervenção humana? Como sabem que a banana com sementes é uma espécie “primitiva” enquanto que a banana comestível é uma espécie evoluída? E quem garante que essas bananas (com e sem sementes) não coexistiram o tempo todo, como coexistem até hoje? Se nos dias de hoje existem tantos tipos de bananas coexistindo, o que faz o neo-ateu pensar que no passado isso foi diferente?  Digo isso porque existem evidências arqueológicas em Kuk Swamp, na província das Terras Altas Ocidentais da Nova Guiné que sugerem que a banana já era cultivada há pelo menos 5000 anos antes de Cristo. Será que esses povos cultivavam bananas primitivas impróprias para o consumo? Acho muito improvável. 

6 comentários:

  1. Se o elaborador deste texto realmente acha que o "argumento do pequi" é uma tentativa de argumentar contra o Criacionismo, então passou longe de entender o ponto de vista da sua tão detestada contraparte, os críticos do Criacionismo (que não são apenas ateus, mas crentes de outras religiões não-cristãs e também até os próprios cristãos que não interpretam Gênesis literalmente e sim como simbolismo).

    O "argumento do pequi" não tenta ser um argumento válido, bem pelo contráro, tenta ser um argumento INVÁLIDO, errado, burro, inconsistente. Não é um argumento contra o Criacionismo, é um argumento contra o argumento da banana. O objetivo é justamente mostrar a lógica incoerente e frágil por trás do argumento da banana, ao reproduzí-lo com o seu exato mesmíssimo raciocínio e critério mas sob perspectiva diferente, salientando a parte que do ponto de vista criacionista é ignorada, ou seja, as características da natureza que NÃO são compatíveis com projeto inteligente.

    O argumento do pequi nem toca no Criacionismo.

    Sim, é verdade que que o argumento da banana era originalmente uma piada, mas dois fatores não podem ser ignorados:
    ==> Uma parcela vexatoriamente grande dos crentes o aceitou como válido e passou a reproduzir a piada, todos, é claro, certos de que tinham uma cartada de gênio (teve até quem telefonasse pro Atheist Experience tentando o argumento da banana, o que é um carimbo de validade à critica de que a religião conta com credulidade e ingenuidade das pessoas e as faz acreditar em qualquer coisa).
    ==> Sendo ou não sendo piada, o argumento da banana é um exemplo prefeito do raciocínio que dá suporte à idéia do Projeto Inteligente, e é muito mais candidato a ser piada de quem critica o Criacionismo do que de quem o defende: se as mentes mais sarcásticas do lado cético do debate tivessem se juntado pra bolar um jeito de ridicularizar esse raciocínio, e tentassem inventar um exemplo bem absurdo, inconsistente, ingênuo e ignorante do que é possível sair dele, o resultado seria (adivinha só!) exatamente alguma coisa como o argumento da banana. Na prática, Ray Comfort satirizou o próprio raciocínio. Nada esperto da parte dele.

    E é FATO: a banana selvagem é completamente diferente da banana doméstica que se compra no supermercado e que o Ray Comfort usa como exemplo de "características inteligentes". Não apenas a banana "versão pirata" que o ser humano fez é muito melhor que a "original" (e o pequi) feita por deus, como também suas "características inteligentes" não são inteligentes, já que são resultado de manipulação humana, e nós sabemos que não tínhamos intenção alguma de deixar a banana com sua forma atual. O caso da banana só funcionaria pra minar a credibilidade da idéia de que a natureza tem características de processo inteligente, porque mostra muito bem a fragilidade desse raciocínio quando deixa claro que as pessoas vêem sinal de inteligência onde sabidamente não há inteligência, não conseguem então discernir INTELIGÊNCIA de ACASO.

    (E sim, eu escrevi "deus" com "d" minúsculo, porque me refiro a um criador inteligente, um deus genérico, não necessariamente ao deus Deus, o Jeová bíblico, o deus abraâmico, porque do mesmo jeito que o cristão diz que foi seu deus, o deus Jeová, quem fez a banana, o hindu diz que foi seu deus, o deus Vishnu, o muçulmano diz que foi o deus Alá, etc...).

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    1. Minha nossa, como você é analfabeto funcional, cara.

      O texto explica tudo isso que você está fazendo objeções.

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    2. Biologia não é seu forte, cara.

      A única diferença entre a banana selvagem e a banana domesticada é que a banana selvagem nasce de sementes dela própria e por isso também possui sementes.
      Enquanto a banana domesticada reproduze-se pela chamada propagação vegetativa, onde os brotos das novas plantas surgem a partir da planta-mãe, ou seja, as suas sementes não foram fecundadas como no caso selvagem.

      Não possui absolutamente nada de evolução no caso das bananas.

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    3. """E é FATO"""

      Além de burro, é mentiroso.

      Como o anônimo falou acima, você é um completo ignorante em Biologia.

      As bananas são diferentes porque nasceram de formas diferentes, não possui absolutamente nada a ver com evolução.

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  2. Precisam ler é como as abelhas mostram para as demais da colmeia, onde estão os alimentos. Resumindo:

    01 - encontram os alimentos, provam, se gostam levam um pouco;
    02 - distribuem entre algumas na colmeia e se houver unanimidade, "pedem" para indicar o local;
    03 - através de COORDENADAS CARTESIANAS, indicam a direção e tempo de voo para as demais.

    "Só um macaco faria isto."

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  3. Acreditar em Deus ou em deus. Ser salvo por toda a eternidade devido aos bons atos, ou reencarnação... Parece um tipo de dom que não é para quem quer...
    Se você consegue.. parabéns...
    Não fique discutindo uma coisa na qual não existe provas..
    Também não odeie o outro porque ele não acredita no mesmo que você...

    Já me contento com a justiça universal da natureza humana, a qual é matemática.
    Pois 100 anos não é nada perto do infinito.
    Então, estou lembrando a você... Corrupto, ladrão, sem escrúpulos. Que no dia em que não conseguir respirar... Não irá levar nada que você acumulou de forma errada. E que ao passarem 1000 anos num piscar de olhos. Você já terá passado como qualquer coisa podre que há nesse mundo.

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