sábado, 8 de fevereiro de 2014
A História do Dilúvio foi Copiada dos Sumérios?
ARGUMENTO: "A história do dilúvio na bíblia é uma cópia ou plágio da Epopeia de Gilgamesh"
Ateus e outros céticos acusam Moisés de plágio, dizendo que a narrativa bíblica sobre o dilúvio foi copiada ou inspirada no Épico de Gilgamesh (antiga versão suméria do dilúvio). Eles se baseiam no fato de que a história suméria é mais antiga que o livro de Gênesis.
Os sumérios segundo a bíblia
A origem dos sumérios é explicada na bíblia. Após o dilúvio, alguns descendentes de Noé encontraram um vale na terra de Sinar e resolveram habitar ali (Gênesis 11:2). Sinar é o nome que o Antigo Testamento dá ao território da antiga Suméria, que posteriormente viria a se chamar Babilônia ou Mesopotâmia (atual Iraque).
Moisés ou os sumérios? Quem escreveu primeiro sobre o dilúvio?
Obviamente que a versão dos sumérios é mais antiga, porém, o texto original sumério do Épico de Gilgamesh não existe mais. O que temos hoje são cópias desse épico, e essas cópias são mais recentes que o livro de Gênesis. Essas cópias datam de 700 a.C e surgiram através dos babilônios. A versão mais completa está em 12 tabletes de barro que pertenciam a um rei chamado Assurbanipal. Trata-se de um poema épico que conta as aventuras de um semilendário rei da Suméria. Portanto, a cópia mais antiga desse épico é 700 anos mais nova que a narrativa bíblica, apesar de a história em si ser mais antiga. O livro de Gênesis foi escrito entre 1445 e 1405 a.C. A data exata do Épico de Gilgamesh é desconhecida.
A argumentação ateísta faz sentido?
É claro que não! Os ateus estão literalmente dizendo que Moisés plagiou o Épico de Gilgamesh simplesmente porque a bíblia foi escrita depois. Eles não dispõem de qualquer argumento bem embasado para validar o que estão dizendo. Lembrando que várias pessoas podem escrever sobre um evento real sem que isso seja considerado "plágio".
Outras versões do dilúvio
O Épico de Gilgamesh é apenas um entre quase 300 relatos do dilúvio espalhados pelo mundo. A história de um grande dilúvio é uma das mais amplamente difundidas tradições da cultura humana. Há relatos do dilúvio em contextos culturais diferentes como mexicanos, havaianos, sírios, turcos, chineses, civilizações nativas, pré-colombianas e etc...
Esses relatos sofreram certa influência das culturas locais, e por isso o nome de Deus muitas vezes foi substituído pelo nome de uma divindade local, assim como o nome do próprio Noé. Entretanto a história central continua sendo a mesma em praticamente todos os relatos.
Henry Morris, fundador da Creation Research Society dedicou grande parte de sua vida a estudar e comparar esses relatos sobre o dilúvio. Segundo ele, 95% das narrativas dizem que o dilúvio foi global e não local (como algumas pessoas defendem). 95% dos relatos afirmam que o dilúvio não foi apenas uma chuva, mas um conjunto de grandes catástrofes. 88% dos relatos afirmam que houve uma família que se salvou dessa inundação. 70% dizem que essa família se salvou num tipo de embarcação.
Esses relatos podem estar apontando para um acontecimento real, ocorrido em tempos remotíssimos. Se o dilúvio realmente teve as proporções que a bíblia lhe atribui, era de se esperar que a humanidade jamais o esquecesse. E isso certamente justifica o fato de a história ter continuado sendo passada entre os povos das nações e culturas que foram surgindo e se espalhando sobre a terra depois do dilúvio.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Parabéns pelo artigo e pela coerência do mesmo. Sempre defendi a mesma tese. Tanto da tradição oral como a da escrita, sendo a bíblica a mais antiga. Infelizmente as tentativas de derrubar os relatos bíblicos são sempre mais atrativos.
ResponderEliminarcomo pode um corna safado desse diser que moese escreveu primeiro sobre o diluvio se o miseravel nao passa de invençao dos malucos da turma de abrao essa porcaria da biblia foi historias de pessoas que deixarao seus ralatos escritos misturado com mentiras dos judeus siganada vagabunda que so sabe querriar mentir e enganar e fraudar agora mesmo estao morrendo milhares de pessoas na faixa de gasa quem eo culpados os esrraelita e tem gente pelo mundo inteiro defendendo esses miseraveis
EliminarCom licença, caro Anónimo (6 de setembro de 2014 às 09:38), será que o(a) senhor(a) poderia repetir? É que eu não sou fluente em analfabetês.
Eliminaresse só ofende,típico de quem não tem argumentos
EliminarPara quê responder a Ateus? Não se dá pérrolas a porcos!!
ResponderEliminarOlá! Nem todos ateus são iguais. Existem aqueles que realmente são céticos, e aqueles que QUEREM ser céticos. Quanto aos que querem ser céticos, realmente não importa o quanto vc fale com eles, ou mostre-lhes como estão errados. Estes vão continuar no mesmo caminho, pois sentem necessidade de ser assim. Nesse grupo posso incluir os antirreligiosos, anticristãos e até satanistas disfarçados. Já os ateus verdadeiramente céticos merecem algo para confrontar suas opiniões. Algo que os faça refletir sobre suas idéias. Meu trabalho também pode ser proveitoso para os teístas que porventura estejam procurando respostas. Enfim, é por isso que respondo aos ateus! Abraços!
Eliminarconcordo com tudo com o que você disse,eu realmente estava procurando por respostas e você as possui,por favor continue com esse maravilhoso blog.
Eliminar"O livro de Gênesis foi escrito entre 1445 e 1405 a.C"
ResponderEliminarEssa asserção é mais uma questão de fé do que histórica. Não há evidência alguma que o livro de Gênesis foi escrito nesse período. Muito pelo contrário! O anacronismo, o o contexto pós-exílico (da Babilônia) entre outros pontos corroboram com Gênesis ter sido escrito MUITO depois. Dado a Hipótese Documentária, ou foi escrito entre o nono e o sexto século A.C. ou, se bobear, no período pós-exílico mesmo.
Caro Diógenes , gostaria de saber quais sao seus argumentos para você defender que os acontecimentos que são narrados na bíblia, foram narrados de forma anacrônica !
EliminarParece existir uma anacronismo neste artigo, o artigo afirma que a história do dilúvio mais antigo já escrita (com exceção da bíblica que foi escrita pro volta de 1400 a.c (se foi mesmo Moisés)) seria a história Babilônica por volta de 700 a.c, mas esta informação não bate, por exemplo existem duas outras histórias uma escrita em língua Acadiana chamada de "Epopéia de Atrahasis" escrita pro volta de 1650 a.c e outra em língua Suméria escrita entre 1700-2000 a.c, estas duas antecedem em séculos o relato Hebrew. Fonte: BLACK, Jeremy; CUNNINGHAM, Graham; ROBSON, Eleanor; ZÓLYOMI, Gábor. The Literature of Ancient Sumer. Great Clarendon Street, UK: Oxford University Press, 2004.
ResponderEliminarBOTTÉRO, Jean. Nascimento de Deus: A Bíblia e o historiador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
______. O mais antigo relato do Dilúvio. L’Histoire, n. 31, p. 113-120. In: JEAN-CLAUDE. (Org.). No começo eram os deuses. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. p. 55-73
CDLI. Archival view of P265876, 2014. A joint project of the University of California, Los Angeles, the University of Oxford, and the Max Planck Institute for the History of Science, Berlin. Disponível em: . Acesso em: 03 dez. 2015.
CDLI. Archival view of P273210, 2003. A joint project of the University of California, Los Angeles, the University of Oxford, and the Max Planck Institute for the History of Science, Berlin. Disponível em: . Acesso em: 04 dez. 2015.
HEIDEL, Alexander. The Gilgamesh Epic and Old Testament Parallels. Chicago, EUA: The University of Chicago Press, 1949.
HOMBURG, Klaus. Introdução ao Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1981.
JACOBSEN, Thorkild. The Eridu Genesis. Journal of Biblical Literature, v. 100, n. 4, p. 513-529, dez. 1981.
LAMBERT, Wilfred G.; MILLARD, Alan R.; CIVIL, Miguel. Atra-ḫasīs: The Babylonian Story of the Flood. USA: Winona Lake, Indiana: Eisenbrauns, 1999. [Reimpresso de: Oxford University Press edition, 1969].
LOPES, A. N. O Dilema do Método Histórico-crítico na Interpretação Bíblica. Fides Reformata, v. 10, n. 1, p. 115-138, 2005.
MILLES, Jack. Deus: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
POEBEL, Arno. Historical and grammatical texts. Publications of the Babylonian section. Philadelphia: University of Pennsylvania; University Museum, 1914. (v. V).
PRITCHARD, James B. Ancient Near Eastern Texts. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1969.
SANDARS, N. K. A Epopeia de Gilgamesh. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
SCHMIDT, Werner H. A fé do Antigo Testamento. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004.
SHEA, W. H. A comparison of narrative elements in ancient Mesopotamiam creation-flood stories with Genesis 1-9. Origins, [Earth History Research Center, Southwestern Adventist University: Keene, Texas], v. 11, n.1, p. 9-29, 1984. Disponivel em: . Acesso em: 30 out. 2015.
______. The structure of the Genesis flood narrative and its implications. Origins, [Earth History Research Center, Southwestern Adventist University: Keene, Texas], v. 6, n.1, p. 8-29, 1979. Disponivel em: . Acesso em: 30 out. 2015.
______. The antediluvians. Origins, [Earth History Research Center, Southwestern Adventist University: Keene, Texas], v. 18, n.1, p. 10-26, 1991. Disponivel em: . Acesso em: 30 out. 2015.
THE BRITISH MUSEUM. Collection online [Registro: 1889,0426.234]. Disponível em: . Acesso em: 04 dez. 2015
THE BRITISH MUSEUM(b). Collection online. Disponível em: . Acesso em: 04 dez. 2015
UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho Testamento. São Paulo: Batista Regular, 2002.
WALTON, John H. Ancient Israelite literature in its cultural context: a survey of parallels between biblical and ancient Near Eastern literature. Michigan: Zondervan Publishing House, 1989.
WENHAM, Gordon J. The Coherence of the Flood Narrative. Vetus Testamentum, v. 28, Fasc. 3, p. 336-348, 1975. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2016.
Bom. Já neste interim os argumentos ateístas se contradizem ferozmente. Ora a bíblia é um livro de ficção, ora Moisés existiu e cometeu plágio.
ResponderEliminarSe Moisés existiu a bíblia não pode ser ficção. Se a bíblia é ficção, não tem porque os ateus se preocuparem.
Os argumentos deles andam em círculos, e por sí só se contradizem.
Ser ateu/agnóstico é não acreditar em deus(es), pelo menos nesse deus bíblico. Mas na verdade, pouco se duvida sobre a existência de alguns personagens da bíblia. Até mesmo alguns ateus acreditam que Jesus (pessoa) existiu. Só não acreditam no Jesus (divindade).
EliminarSe a bíblia fosse um plágio ela deveria ser mais complexa ao copiar as coisas mas ela resume a história daquilo que aconteceu.
ResponderEliminarAs teorias mais recentes colocam a redação final do texto do Gênesis em torno do século V AEC, durante o período pós exílio quando a comunidade judia se adaptava à vida sob o império persa.
ResponderEliminarA crentaiada pira com o festival de descobertas históricas kkkkk.
ResponderEliminar