quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Por que o cristão não deve acreditar na reencarnação?

 

Por que o cristão não deve acreditar na reencarnação?



Os cristãos fundamentam sua fé nos ensinamentos da Bíblia, que não inclui a doutrina da reencarnação. Há vários argumentos baseados na doutrina cristã que explicam por que os cristãos não devem adotar a crença na reencarnação.

A Bíblia não apresenta a reencarnação como um conceito. Pelo contrário, em Hebreus 9:27, está escrito: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo". Este versículo sugere que a morte é uma experiência única para cada indivíduo, não um ciclo contínuo de reencarnações.

A crença cristã central é a ressurreição, não a reencarnação. A ressurreição é a esperança cristã de um novo corpo glorificado após a morte, conforme descrito em 1 Coríntios 15. A ideia é que, ao final dos tempos, os mortos ressuscitarão para enfrentar o julgamento divino.

O cristianismo ensina que a salvação é alcançada por meio da fé em Jesus Cristo e do arrependimento dos pecados. A reencarnação, por outro lado, sugere que podemos alcançar a redenção por meio de múltiplas vidas. Essa perspectiva entra em conflito com a crença cristã na singularidade da obra redentora de Cristo na cruz, pois tira de Jesus o poder da Salvação, e dá esse poder ao próprio homem, tornando nulo o sacrifício de Jesus. A crença na reencarnação também entra em conflito com a bíblia no tocante à salvação por mérito próprio ou por meio de obras. De acordo com a bíblia, a salvação não é alcançada pelas obras e nem por mérito, mas é um dom de Deus:

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”  Efésios 2:8,9

A Bíblia enfatiza a importância e a singularidade da vida presente. Cada vida é vista como uma oportunidade única para buscar a Deus, experimentar a graça divina e cumprir um propósito específico. A reencarnação, ao sugerir ciclos repetidos de vida, pode diminuir a importância dada a cada existência individual.

A doutrina da reencarnação muitas vezes está associada à ideia de karma, onde as ações passadas afetam vidas futuras. No cristianismo, a soberania de Deus é enfatizada, indicando que Ele é o juiz final e determina o destino eterno de cada indivíduo.

 

Passagens bíblicas citadas pelos espíritas para dar base bíblica para a doutrina da reencarnação

 

Mesmo que muitos espíritas neguem grande parte da Bíblia e critiquem constantemente o Livro Sagrado, eles ocasionalmente citam versículos para fornecer uma suposta "base bíblica" para a crença na reencarnação. Vamos analisar alguns deles:

 

Mateus 17:10-13



Após a transfiguração, os discípulos perguntam a Jesus sobre a profecia de Elias, e Jesus responde que Elias já veio, mas eles não o reconheceram. Os espíritas interpretam isso como uma sugestão de que João Batista era a reencarnação de Elias.

Além disso, os espíritas frequentemente alegam que, como Elias ordenou a degola dos sacerdotes de Baal, João Batista, considerado sua reencarnação, também foi decapitado, argumentando que isso seria resultado da lei cármica de causa e efeito.

 

Entretanto, de acordo com a Bíblia, Elias não morreu, mas foi arrebatado vivo (2 Reis 2:11). Portanto, Elias não se alinha com as etapas do processo de reencarnação, que incluem morrer e depois renascer em um novo corpo. Dizer que um homem que não experimentou a morte foi reencarnado é algo contraditório.

Durante a transfiguração de Jesus, Moisés e Elias tiveram uma conversa com Ele (Mateus 17:3). Entretanto, se Elias já tivesse reencarnado, como poderia aparecer para Jesus novamente como Elias? Não seria mais apropriado que João Batista, a última encarnação desse espírito, estivesse presente em vez de Elias? Poderia isso ter sido um truque astuto para enganar os discípulos que testemunharam a transfiguração? Obviamente, não.

Jesus não estava ensinando que João Batista fosse literalmente Elias, mas apenas que ele veio “no espírito e virtude de Elias” (Lucas 1.17), com o fim de dar continuidade ao ministério profético de Elias. Isso não significa que Elias reencarnou como João Batista. O próprio João Batista disse que ele não era Elias. (João 1:21)

 

 

 

 

Gálatas 6:7



"Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará."

Alguns espíritas interpretam este versículo como uma referência ao conceito de karma, sugerindo que as ações em uma vida afetarão a próxima.

Gálatas 6:7 enfatiza a ideia de que as escolhas e ações de uma pessoa têm consequências, e essas consequências estão sujeitas à lei de semeadura e colheita. A metáfora da semeadura e colheita ilustra a ideia de que as ações de uma pessoa são como sementes plantadas. Assim como uma semente plantada resulta na colheita de uma planta específica, as ações de uma pessoa determinarão as consequências que ela experimentará. Se uma pessoa pratica o bem, colherá benefícios positivos; se pratica o mal, enfrentará consequências negativas.

Entretanto, nada nessa passagem indica que a “colheita” ou “consequência por suas ações” virá em outra vida. A passagem diz apenas que colheremos aquilo que estamos a plantar, mas não diz quando.  Os espíritas estão enxergando algo que não existe nessa passagem.

 

 

Jó 1:21

"Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!"

Este versículo é frequentemente usado para argumentar que a alma já existia antes do nascimento e continua após a morte. Jó declara que saiu nu do ventre de sua mãe, e voltará ao ventre dela da mesma forma. Como poderia alguém voltar para o ventre da mãe a não ser por meio da reencarnação? Os espíritas poderão argumentar.

Norman Geisler argumenta que Jó não está se referindo ao retomo da alma a outro corpo com a finalidade de viver novamente, mas do retomo à sepultura. O termo hebraico utilizado para ventre (בֶּטֶן) é usado referindo-se à terra. As ideias de terra e ventre são utilizadas no Salmos 139 referindo-se ao fato de Deus nos ter criado: Entreteceste-me no ventre da minha mãe, nas profundezas da terra (vv. 13,15). Insistir na compreensão literal desse texto, não provaria a reencarnação. Apenas poderia mostrar que uma pessoa retorna ao ventre de sua própria mãe após a sua morte, o que é um absurdo (MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas Howe).

 

 

João 3:3

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”

O que Jesus quis dizer com “nascer de novo”? Muitos espíritas entendem que Jesus estava se referindo à reencarnação. Allan Kardec reforçou essa ideia em seus livros.  

Essa passagem bíblica nos fala sobre a visita que um fariseu chamado Nicodemos fez a Jesus. Logo de cara, Jesus deixa claro para Nicodemos que para entrar no Reino de Deus, a pessoa precisa experimentar um renascimento.

Nicodemos entendeu aquilo de forma literal, assim como os espíritas estão entendendo, e achou a ideia absurda:

“Nicodemos perguntou: —Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?” (Vers. 4).

            Jesus, percebendo a confusão de Nicodemos, explicou:

“Ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.” (Vers. 5).

            O termo grego traduzido como “nascer de novo” foi “ä'-nō-then” que significa literalmente “nascer do alto” ou “nascer de cima”. Isso significa que esse novo nascimento é espiritual, ou seja, uma transformação radical operada pelo Espírito Santo na vida dos redimidos, transformando-os em novas criaturas. Essa passagem bíblica certamente não está falando sobre reencarnação.

            De acordo com a doutrina espírita, a reencarnação serve como um processo educativo e evolutivo para as almas. Na reencarnação as almas têm a chance de evoluir, corrigir falhas e erros passados, fazer ajustes cármicos e aprimorar-se moralmente. Mas se for assim, essas sucessivas reencarnações não estão funcionando, pois o ser humano está cada vez pior e moralmente inferior. A sociedade contemporânea testemunhou uma erosão de valores tradicionais, como respeito, responsabilidade, solidariedade e ética. O crescimento do individualismo também está provocando uma diminuição da empatia e solidariedade comunitária. Ou seja, não estamos vendo essa esperada evolução na humanidade. Lembrando que essa evolução seria o efeito esperado dessas reencarnações contínuas.


Esse artigo foi retirado do livro 

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