domingo, 6 de julho de 2025

Livro - lançamento

 Olá, leitores! Deixo aqui o primeiro capítulo do meu novo livro. Ele foi feito para ajudar a compreender o livro bíblico de Apocalipse. Por enquanto ele está disponível apenas na versão e-book, mas em breve também estará disponível na versão física.



João, o apóstolo do Senhor Jesus Cristo, estava exilado em uma ilha chamada Patmos — um pequeno pedaço de terra no mar Egeu, pertencente ao arquipélago do Dodecaneso, na Grécia. Com cerca de 34 km², Patmos era, e ainda é, um lugar de beleza estonteante.


Apesar do tamanho reduzido, a paisagem de Patmos impressionava: colinas suaves, enseadas serenas e um litoral recortado que parecia esculpido pelo próprio Criador. No entanto, João não estava ali como turista. Aquela ilha não era um retiro voluntário, mas uma prisão. Ele estava ali como resultado de sua fidelidade inabalável ao Evangelho de Jesus Cristo.


Naqueles dias, a perseguição aos cristãos era severa. Proclamar o nome de Cristo era quase sempre uma sentença de morte. Dos doze apóstolos que andaram com Jesus, João era o único ainda vivo. Os outros já haviam sido martirizados por causa da fé que professavam.


Simão Pedro, por exemplo, foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, entre os anos 64 e 67 d.C., conforme a tradição. Seu irmão André teve destino semelhante: foi crucificado em Patras, na região da Acaia (atual Grécia), em uma cruz em forma de “X”. Tiago, filho de Zebedeu, foi o primeiro apóstolo martirizado — decapitado em Jerusalém no ano 44 d.C., conforme registrado no livro de Atos. Segundo a tradição espanhola, seu corpo teria sido levado para onde hoje se encontra Santiago de Compostela.


Filipe teria sido martirizado em Hierápolis, na atual Turquia, entre os anos 54 e 80 d.C.; algumas tradições afirmam que foi crucificado, outras que foi apedrejado. Bartolomeu, segundo relatos antigos, foi esfolado vivo e depois decapitado — provavelmente na Armênia, embora algumas tradições apontem a Índia como local de sua morte, entre 60 e 70 d.C.


Sobre Mateus, os relatos variam bastante: há quem diga que foi queimado, outros que foi apedrejado ou morto à espada, provavelmente entre 60 e 70 d.C. na Etiópia ou na Síria. Tomé, que inicialmente duvidou da ressurreição, levou o Evangelho até a Índia, onde teria sido morto por lanças em 70 d.C. Tiago Menor, filho de Alfeu, foi apedrejado e espancado até a morte por volta de 62 d.C. em Jerusalém.


Simão, o Zelote, teria sido martirizado na Pérsia em 65 d.C., possivelmente serrado ao meio. No mesmo ano e na mesma região, Judas Tadeu, também conhecido como Lebeu, teria sido morto à espada, segundo tradições da Igreja Oriental.


Todos aqueles que haviam caminhado ao lado de João, que ouviram os ensinamentos diretamente do Mestre e testemunharam Sua ressurreição, haviam sido assassinados. Satanás, por meio da perseguição brutal, tentava sufocar a propagação da mensagem de salvação. No entanto, a Palavra de Deus não pode ser algemada.


João ainda vivia — isolado, exilado, mas não esquecido. E foi justamente naquele lugar de sofrimento, onde o mundo tentava silenciar a voz do Evangelho, que Deus escolheu falar novamente. Em Patmos, João recebeu uma série de visões proféticas que se tornariam o último livro da Bíblia: o Apocalipse, também chamado de Revelação. Ali, Deus revelou não apenas o fim dos tempos, mas a certeza de que Cristo vencerá, e com Ele, todos os que permanecerem fiéis até o fim.


Capítulo 1

Segundo a tradição cristã, o apóstolo João estava em uma caverna na Ilha de Patmos quando recebeu as revelações que hoje compõem o livro do Apocalipse. Essa caverna é conhecida atualmente como a “Caverna da Revelação”. Com o tempo, ela foi transformada em uma capela e, desde 1999, é reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, tamanha sua importância histórica e espiritual.


A visão começa com João ouvindo uma voz poderosa atrás de si, comparada ao som de uma trombeta — clara, imponente e impossível de ignorar. Essa voz ordena que ele escreva em um livro tudo o que visse e ouvisse, e que envie essa mensagem às sete igrejas da Ásia Menor (atual Turquia). As cidades destinatárias eram: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.


Movido pela curiosidade e reverência, João se vira para ver quem falava com ele. Ao fazê-lo, vê sete candelabros de ouro, e entre eles, uma figura majestosa “semelhante a um filho de homem” — uma expressão que remete à figura messiânica do Antigo Testamento (Daniel 7:13).


A aparência dessa figura é descrita com detalhes simbólicos e impactantes:


Vestia uma túnica comprida até os pés, com um cinto de ouro no peito, indicando realeza e sacerdócio.


Seus cabelos eram brancos como lã e neve, representando pureza e eternidade.


Seus olhos brilhavam como chamas de fogo, transmitindo juízo e onisciência.


Seus pés resplandeciam como bronze polido em brasa, firmes, gloriosos e imponentes.


Sua voz era como o som de muitas águas, comparável ao rugido de uma cachoeira — forte, constante e cheia de autoridade.


Na mão direita, ele segurava sete estrelas, que simbolizavam os anjos (ou mensageiros) das sete igrejas. Esses mensageiros eram responsáveis por transmitir a mensagem divina a cada comunidade cristã.


João também observa que uma espada afiada saía da boca daquela figura gloriosa, o que representa a Palavra de Deus — viva, poderosa e penetrante como uma espada de dois gumes (Hebreus 4:12). Essa espada pode tanto corrigir e purificar a igreja como julgar e cortar aqueles que rejeitam a verdade, inclusive dentro da própria comunidade cristã.


Por fim, João descreve o rosto daquele ser como brilhando intensamente, como o sol ao meio-dia.

Ao contemplar aquele ser majestoso, repleto de glória e poder, João não suportou a intensidade da visão e caiu aos seus pés como morto — como alguém que perde completamente as forças diante do sagrado. Em meio à sua fragilidade, o ser celestial tocou-o com a mão direita, um gesto de conforto e autoridade, e lhe disse para não ter medo.


Aquele que falava com João se identificou como o próprio Senhor Jesus Cristo — aquele que esteve morto, mas agora vive para todo o sempre. Ele também se apresenta com o título “O Primeiro e o Último”, uma expressão que remete diretamente ao próprio Deus no Antigo Testamento, quando se revela como o “Alfa e o Ômega” — a primeira e a última letra do alfabeto grego. Ao usar essa expressão, Jesus afirma sua plena divindade, mostrando que Ele é eterno, soberano e igual ao Pai em essência.


Além disso, Jesus declara que possui as chaves da morte e do Hades, ou seja, tem autoridade absoluta sobre a vida, a morte e o destino eterno das almas. Isso traz não apenas reverência, mas consolo: o Senhor ressuscitado governa sobre todas as coisas.


Em seguida, Jesus reafirma a ordem para que João escreva tudo o que visse, e envie a mensagem às sete igrejas da Ásia Menor. Ele também revela o significado dos símbolos da visão:


As sete estrelas representam os anjos (ou mensageiros) das sete igrejas,


E os sete candelabros de ouro simbolizam as próprias igrejas, cada uma chamada a brilhar com a luz de Cristo no meio das trevas do mundo.


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