quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Contradições na bíblia

ARGUMENTO: “A bíblia contém mais de duas mil contradições explícitas ou implícitas”

Com essa afirmação o neo-ateu vai tentar derrubar a idéia de que a bíblia foi inspirada por Deus. Ele vai argumentar que a verdadeira palavra de Deus não pode conter erros ou contradições. Em seguida vai te mostrar uma lista com supostas contradições na bíblia, uma lista pronta que circula há muito tempo pela internet. À primeira vista essas supostas contradições parecem ser reais, mas um estudo mais profundo revelará que não são.


Antes de tudo devemos considerar alguns fatos:

- Muitos ateus que alegam existir contradições na bíblia sequer leram esse livro.
- A maior parte deles chegou a essa conclusão lendo sites ou livros ateístas, e não a própria bíblia.

Qualquer pessoa que tenha dedicado um pouco de seu tempo para um estudo mais profundo sobre esse tema logo perceberá que o problema não está no texto bíblico, mas na própria carência de entendimento do neo-ateu. Neo-ateus são verdadeiros analfabetos quando o assunto é bíblia.

Selecionei algumas "contradições" bíblicas apontadas pelos críticos e suas respectivas refutações que foram cedidas gentilmente pelo blog Guerrovacriacionismo, onde você poderá encontrar uma lista mais completa.

É justamente a IGNORÂNCIA do neo-ateu que o levará a pensar que existem contradições na bíblia. Vou mostrar alguns casos:

Ignorância sobre a localização geográfica de certos lugares mencionados na bíblia:

"Arão morreu no monte Hor (Números 33:38). Arão morreu em Mosera (Deuteronômio 10:6). Qual desses versículos está correto?”

 RESPOSTA – Os dois versículos estão corretos. O “monte Hor” é uma montanha situada na fronteira de Edom. Ela geralmente é identificada como Jebel Nebi – Harun, ou como Jebel Madura. Enquanto “Mosera” nada mais é que uma pequena fonte ao pé desse mesmo monte. Mosera é identificada como El-tayibeh. Então tanto faz dizer que Arão morreu em Mosera ou no monte Hor, uma vez que ambos fazem parte do mesmo acampamento israelita. O livro de Números indica o local exato da morte de Arão, ou seja, “no cume do monte” (Números 20:28). E o livro de Deuteronômio indica o local de seu sepultamento, “o acampamento em Mosera”. Para se ter uma idéia melhor desse acampamento leia Números 20: 25 – 29.

Viu só? Nesse caso o neo-ateu não sabia que Mosera e o monte Hor estavam no mesmo acampamento israelita e por isso achou que havia uma contradição no texto bíblico.

Ignorância lingüística

Essa ausência de conhecimento por parte dos neo-ateus é responsável pela maior parte das supostas contradições por eles apontadas. Devemos salientar que a bíblia foi escrita originalmente em hebraico massorético (Antigo Testamento), e em grego (Novo Testamento). É claro que muitas palavras utilizadas nos textos originais possuem sentidos distintos, veja alguns exemplos:

“Quando Jesus apareceu para Paulo no caminho de Damasco, os varões que estavam com ele ouviram a voz de Jesus, mas não viram ninguém (Atos 9:7). Ou teriam eles visto uma luz, mas não ouviram voz alguma (Atos 22:9)?”

RESPOSTA – Lucas, ao registrar a conversão de Paulo no caminho de Damasco em Atos 9:7, diz que os varões “ouviram a voz”, mas em Atos 22:9 ele diz que “não ouviram a voz”. Contradição? Não! Pelo menos não no texto original grego. Trata-se aqui da construção do verbo “ouvir” (gr. akow). Em Atos 9:7 é empregado com o genitivo ( akoyontes), e em Atos 22:9 com o acusativo (ekoysan). Ou seja, o sentido de “não ouvir” é “não compreender o sentido” e nunca “não escutar”. Portanto, os varões que estavam com Paulo realmente viram uma luz, mas não enxergaram ninguém, e ouviram a voz, mas não entenderam o que dizia. Esse erro de tradução já foi corrigido nas versões mais atualizadas da bíblia.

Veja outro exemplo:

“A Terra vai durar para sempre (Salmos 104:5) (Eclesiastes 1:4). A Terra perecerá (2Pedro 3:10) (Hebreus 1:10-11)”.

 RESPOSTA – O termo hebraico que geralmente é traduzido como “para sempre ou perpétuo” é “olan”. Esse termo é usado na bíblia de modo virtual e nem sempre significa “existir eternamente”. Quando esse termo é usado na bíblia em referência ao planeta Terra, ele significa “estabilidade”, representando algo firme, sólido e duradouro. Essa palavra foi usada cerca de 40 vezes no Pentateuco em referência a cerimônias e mandamentos da Lei mosaica que já não são obrigatórios (Êxodo 12:17 / Levíticos 16:29). Isso indica que “olan” (perpétuo), tem sentido de uma permanência durante um tempo determinado ou indeterminado (condicionado a natureza daquilo a que se aplica).

Mais um:

“Jesus disse aos seus discípulos que deveriam andar calçados com sandálias (Marcos 6:9). Jesus lhes disse que deveriam andar descalços (Mateus 10:10)”.

 RESPOSTA – Aqui o problema apareceu quando duas palavras gregas com significados diferentes foram traduzidas da mesma forma, criando uma aparente contradição. Existe uma diferença significante entre a “sandália” mencionada por Marcos, que provêm do termo grego “sandalia”, e entre a “sandália” mencionada por Mateus, que provêm do termo grego “ypodemata”. Mateus está falando aqui do calçado desnecessário, reserva, dispensável. Já Marcos fala das sandálias “simples”. Somente um cético bronco poderia deduzir que Jesus mandaria alguém andar descalço na areia escaldante do deserto!

É claro que o neo-ateu não é obrigado a aprender grego ou hebraico para entender a bíblia. Mas se ele quer mesmo apontar contradições na bíblia, devia pelo menos entender o básico do básico. É justamente esse conhecimento que separa os entendidos dos palpiteiros.

Veja outro exemplo:

“Jesus manda amarmos uns aos outros (João 13:34-35). Você não pode ser um discípulo de Jesus a menos que já tenha aborrecido seus pais, seus irmãos, seus filhos ou sua esposa (Lucas 14:26)”.

RESPOSTA – A palavra grega traduzida como “aborrecer” em Lucas 14:26 foi “miseî”, que significa literalmente “amar menos” (compare com Mateus 10:37 e Gênesis 29:31). O que Jesus requer nessa passagem é que nossa lealdade e amor a Ele sejam superiores a todos os demais vínculos em nossa vida, inclusive os da nossa própria família. É claro que devemos amar uns aos outros (João 13:34-35), porém, o amor a Deus deve ser maior. Deus sempre deve estar em primeiro lugar em nossas vidas.

Pois é! Como um ateu que nunca estudou grego bíblico iria adivinhar que a raiz grega traduzida nessa passagem como “aborrecer” significa “amar menos”? É justamente por isso que somente devemos opinar em assuntos que dominamos.

Veja outro exemplo:

“Quem crê no Filho de Deus tem a vida eterna (João 3:36). Quem ama a Deus e ao próximo tem a vida eterna (Lucas 10:25-28). Quem guarda os dez mandamentos tem a vida eterna (Mateus 19:16-17)”.

RESPOSTA – A palavra grega traduzida por “aquele que crê” em João 3:36 foi “pisteuo”, que é contrastada com a palavra “apeitheo”, que foi traduzida como “não crê”, e significa desobedecer ou “não se sujeitar”. Para João, incredulidade significa “não obedecer ao Filho de Deus”. A fé e a obediência são duas palavras cujas idéias são freqüentemente intercambiáveis na bíblia. Por isso, aquele que crê em Jesus tem a Vida Eterna (João 3:36). Mas a fé sem obras é morta (Tiago 2:17). Sendo assim, para se crer verdadeiramente em Cristo é necessário obedecê-lo, cumprindo os seus mandamentos (Mateus 19:16-17), principalmente o de amar a Deus e ao próximo, que são os dois maiores mandamentos (Lucas 10:25-28). Cumprir os mandamentos de Deus é colocar a fé em prática.

Está atônito com a falta de conhecimento lingüístico dos neo-ateus? Você ainda não viu nada! Muitos deles sequer conhecem a própria língua pátria! Veja essa “contradição” que circula por ai em sites ateístas:

“Vestiram Jesus com um manto carmesim (Mateus 27:28). Vestiram Jesus com um manto púrpura (Marcos 25:17) (João 19:2).”

RESPOSTA – Vejamos o significado dessas palavras no dicionário:
-Carmesim = adj. 2 gên. e s. m. Cor vermelha muito viva.
-Púrpura = Antigo tecido vermelho; vestuário dos reis.
Ambas as passagens bíblicas estão dizendo que o manto que colocaram sobre Jesus era vermelho. Não há contradição alguma.

Tisk, tisk, tisk! O cara sequer sabia que carmesim é sinônimo de púrpura! E são esses indivíduos que vivem se gabando de sua “inteligência superior”! Pobre gente!

Veja outro caso:

“Você tem que julgar o próximo com justiça (Levíticos 19:15). Não julgue ninguém para não ser julgado (Mateus 7:1)”.

RESPOSTA – Esses dois versículos não estão falando do mesmo tipo de julgamento. Mais uma vez a “suposta” contradição bíblica só existe na esfera de ignorância do cético que a elaborou.
Mateus 7:1 condena o hábito de criticar os outros, sendo nós mesmos faltosos. É o costume de supor algo sobre alguém sem ter certeza.

Levítico 19:15 fala do “julgamento de causas num tribunal” (pretoria). Note que no versículo há a ordem de julgar de uma só maneira o pobre e o rico (pequeno e o grande), não se deixando levar nem pelo medo e nem pela caridade. Em Deuteronômio 1:17, o mesmo ensino é repetido: “Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ouvireis assim o pequeno como o grande; não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus; porém a causa que vos for difícil fareis vir a mim, e eu ouvirei”. Note que Moisés se ofereceu para julgar as causas mais difíceis, deixando as mais fáceis nas mãos dos juízes constituídos (Deuteronômio 1:16).
Uma coisa é decidir um litígio na qualidade de juiz, outra coisa é emitir uma opinião baseando-se na aparência ou em outras coisas superficiais (pressupor algo). 

Se o neo-ateu sequer consegue identificar significados distintos em uma palavra em português, como, pois, poderíamos esperar que ele identificasse o sentido de palavras originalmente escritas em grego ou hebraico?

Falta de atenção no contexto

Outra coisa que faz com que o cético enxergue contradição onde não há é a falta de atenção no próprio texto. Veja esse exemplo:

“Israel dispõe de 800.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 500.000 homens (2Samuel 24:9). Israel dispõe de 1.100.000 homens aptos para manejar espadas, enquanto que Judá dispõe de 470.000 homens (1Crônicas 21:5)”.

 RESPOSTA – Os efetivos alistados no serviço real eram 288.000 soldados, divididos em 12 turmas de 24.000, cada turma servindo um mês durante o ano. Havia adicionalmente 12.000 a serviço dos 12 príncipes das tribos, perfazendo o total de 300.000. Pelo que parece, os 1.100.000 de 1Crônicas 21:5 incluem estes 300.000 já alistados, ao passo que 2Samuel 24:9 não os inclui (vide: 1Crônicas 27:1-22). No que se refere a Judá, 2Samuel 24:9 parece incluir 30.000 homens dum exército de observação destacado nas fronteiras filistéias, mas não incluídos no número em 1Crônicas 21:5 (vide: 2Samuel 6:1). Se lembrarmos que 2Samuel e 1Crônicas foram escritos por dois homens com pontos de vista e objetivos diferentes, poderemos facilmente harmonizar estes números.

Veja esse outro exemplo:

“Quando Pedro negou a Cristo, quantas vezes o galo cantou?”

 RESPOSTA – Mateus, Lucas e João disseram que antes que o galo cantasse, Pedro negaria o Senhor três vezes. Marcos, porém, afirma que Pedro negaria Jesus por três vezes antes de o galo cantar “duas vezes”. São contraditórios os evangelhos? Não! Mateus, Lucas e João não especificaram quantas vezes o galo cantaria, eles apenas mencionaram o fato. Marcos, portanto, foi mais específico, citando com exatidão o número de vezes.


Ignorância sobre genealogias:

Veja a confusão que um cético fez por não saber como eram feitas as genealogias bíblicas:  

“Jorão era o pai de Ozias, que era o pai de Joathão (Mateus 1:8-9). Jorão era o pai de Occozias, do qual nasceu Joás, que gerou Amazias, que foi pai de Azarias que, finalmente gerou Joathão (1Crônicas 3:11-12)”.

 RESPOSTA – As genealogias bíblicas são seletivas, isto é: focalizam apenas alguns dos descendentes de determinada pessoa. As expressões “o filho de” ou “gerado de”, também podem significar “o descendente de”. Por isso, alguns filhos ou gerações são omitidos. Jotão (Joathão), o personagem mencionado no argumento acima, foi na verdade filho de Azarias, rei de Judá. A expressão “Uzias (Ozias) gerou a Joathão” (Mateus 1:9), significa que Joathão é descendente de Uzias.


“Ignorar a própria ignorância é a doença do ignorante” (Amos B. Alcott).

2 comentários:

  1. embora eu não seja ateu pelo contrario eu andei pesquisando em vários sites e achei muito mais contradições,informações duvidosas e outras coisas se você puder explica-las como fez em seus outros posts eu agradeceria aqui esta os links:
    bibliadocetico.net/contradições.html
    bibliadocetico.net/absurdos.html
    tediado.com.br/10/63-contradicoes-da-biblia
    ex-cristao.blogspot.com.br/2007/05/contradies-bblicas.html
    traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2013/07/19/contradições-da-bíblia-que-nenhum-crente-consegue-explicar
    paradoxosbiblicos.blogspot.com.br/2012/02/absurdos-da-bíblia.html

    espero que leia cada um deles com atenção e depois tente explicar as controvérsias e outras coisas lembrando que eu não sou ateu pelo contrario mas os seus posts tem fornecido bastante informação e eu ao ver tudo isso em sites resolvi mostra-los pra você explica-los.

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    1. http://ex-cristao.blogspot.fr/2007/05/contradies-bblicas.html

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