terça-feira, 19 de maio de 2015

Deus proíbe o assassinato, mas depois manda matar...

ARGUMENTO: "O sexto mandamento proíbe o assassinato (Êxodo 20:13), mas Deus mandou matar um homem só porque ele violou o sábado (Números 15: 32 - 36)".



Ateus militantes utilizam constantemente a passagem de Números 15:32 - 36 para apontar uma suposta contradição. O mesmo Deus que proibiu o assassinato, mandou matar um pobre homem só porque ele estava apanhando lenha no sábado. Essa passagem também é usada por eles para questionar o amor e a bondade de Deus.

Para compreendermos exatamente os porquês do ocorrido, devemos levar em conta o contexto da história, e não somente duas passagens isoladas, como os ateus estão fazendo. 

Primeiramente é necessário compreender que as Leis mosaicas não eram somente um conjunto de regras religiosas (regras eclesiásticas), mas a própria Constituição da nação hebraica, onde se encontrava o conjunto de leis que regiam aquele povo. Lembre-se de que os hebreus viviam numa teocracia. 

Leis são obrigações impostas à sociedade com a finalidade de controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade. 

Como qualquer outro conjunto de leis, as Leis mosaicas também previam punições em caso de delitos (delitos = quaisquer ações e/ou comportamentos que infrinjam uma lei já estabelecida).

E em alguns casos, a punição era a pena de morte. 

A lei sobre o sábado era bem clara:

"Seis dias se fará obra, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer obra, certamente morrerá" (Êxodo 31:15). 

Portanto a lei previa a pena de morte em caso de violação.

O descanso no sábado não tinha sido instituído por Deus apenas com finalidades cerimoniais. Havia também a intenção de fornecer aos trabalhadores, escravos e animais, um dia de descanso semanal, evitando assim o abuso na carga horária de trabalho (Êxodo 23:12).

O homem que foi pego recolhendo lenha no sábado estava violando essa lei, e portanto era passível da punição prevista pela mesma. 

Isso não era maldade ou injustiça. Era apenas o cumprimento do que previa a lei. É importante que se entenda aqui que existe diferença entre o homicídio deliberado (que foi proibido por Deus), e a execução legal da pena capital pelo Estado (que foi o que aconteceu no caso do homem que violou o sábado).

Um exemplo que gosto de usar em meus debates com ateus militantes é o dos países que adotam a pena de morte. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, matar é crime, mas em pelo menos  32 Estados, o réu pode ser executado se for condenado à pena de morte. Ai surge o mesmo questionamento que os ateus militantes utilizam no caso da bíblia: como pode o Estado proibir o assassinato e, ao mesmo tempo, executar seus criminosos?

Isso ocorre porque o Estado é responsável pelo controle social, e por isso possui o direito jurídico de usar a força e de aplicar punições, o que no caso de alguns países, como os EUA, inclui a pena de morte. Portanto fica claro que a proibição do assassinato nesses países diz respeito ao homicídio deliberado, intencional, ilícito, e não às punições lícitas previstas em lei. 

A mesma coisa ocorreu no caso dos hebreus! 









5 comentários:

  1. 1-Desproporção: A lei hebraica manda matar quem TRABALHA no sábado. A lei Americana manda matar quem MATA.
    2- Combinação incompatível: Os hebreus misturavam religião com legislação, tanto que era deus quem mandava matar pois está escrito em um livro supostamente inspirado por deus. A legislação Americana é independente de religião e pode mudar a qualquer momento pois não está "acorrentada" ao sagrado para impedir a sua mudança.

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    1. Ué! Onde está no Novo Testamento que devemos matar por causa do descomprimento do sábado (sabath = descanso)?
      Você disse que a lei americana é independente de religião e pode ser mudada, e que não está acorrentada ao sagrado para ser imutável.
      Ora, se desconhece os colonizadores americanos, e seus impulsos do protestantismo cristão, e que a constituição americana, e as boas leis da legislação americana derivam em boa parte da Bíblia Sagrada Cristã, bem como da estrutura do direito romano, só lamentos a você!
      E quanto à imutabilidade religiosa, prove que JESUS e seus apóstolos (ver por exemplo: Atos dos Apóstolos capítulo 15, versículos: 1 - 29) mandou sequer guardar o sábado, quanto mais mandar matar aqueles que violássem-no.
      Ateísmo cega mesmo hein? Mas DEUS tenha misericórdia de sua alma, pois eu bem sei o que você está passando, pois já estive aí desse lado, e não vim pro lado de cá, só porque fui na conversa de pastor, e me deixei levar pelas aparências de devoção, mas isso não se entende apenas pelo conhecimento científico, dos saberes humanos, mas pela escolha e vontade de DEUS, o seu inimigo imaginário.

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  2. A moral humana não se aplica a Jeová,mas a moral de Jeová se aplica à humanidade.Deus pode matar deliberadamente apenas pelo descumprimento da lei mosaica,mas nós não!!Muito justas essas leis de vossa divindade psicótica!!

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  3. Realmente, a Bíblia é contraditória e parcial pois nessa situação em que o homem apanhou lenha, ele recebeu a sentença de morte.Ja no caso de Davi que cometeu assassinato e adultério ele não recebeu a mesma sentença que o homem que apanhou lenha. Não dá para entender, esses dois episódios. Não tem lógica,nem justiça e nem amor na forma como foi o julgamento.

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