sábado, 19 de fevereiro de 2022

Arqueologia Bíblica

      Nesse artigo vou apresentar alguns achados arqueológicos que apoiam a historicidade bíblica. 


Estela de Ahmose



     Encontrado em 1947 pelo arqueólogo Henri Chevrier, esse monumento egípcio  descreve uma grande catástrofe que se abateu sobre o Egito. O texto fala sobre uma tremenda tempestade que deixou o Egito na escuridão total durante vários dias. Essa escuridão era anormal, pois não permitia nem que tochas fossem acesas. Essa tempestade atípica teria envolvido o alto e o baixo Egito. O texto atribui a catástrofe ao "grande Deus" (no singular). Esse Deus seria "maior que os deuses do Egito". O texto segue dizendo que os templos dos deuses egípcios foram inundados e que o rio Nilo ficou cheio de corpos humanos flutuando como "pedaços de papiro na água" ou como "barcos de papiro na água". É notável a semelhança com a narrativa do livro de Êxodo:


"Então disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e virão trevas sobre a terra do Egito, trevas que se apalpem. E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias."

Êxodo 10:21,22


     A Estela da Tempestade de Ahmose, como também é conhecida, foi erguida por Ahmose, o fundador da 18ª dinastia do Egito. Quando estava completa ela chegou a ter 1,80 de altura. 



Diário de Ipuwer (Papiro Ipuur)



     Encontrado por um mercador chamado Giovanni Anastasi  em 1820, em Mênfis, no Egito,  esse papiro egípcio antigo foi escrito por um oficial do tesouro chamado Ipuwer no intuito de orientar o "Senhor de tudo" (faraó) a respeito de acontecimentos incomuns no Egito. O que mais tem chamado a atenção no texto desse papiro é sua semelhança com a narrativa do livro de Êxodo no que diz respeito às pragas que o Deus de Israel mandou sobre o Egito.  Um arqueólogo chamado Roland Enmarch chegou a observar que:

 "Em uma leitura literal, estes são aspectos similares ao relato de Êxodo” (Roland  Enmarch  em The Reception of a Middle Egyptian Poem: The Dialogue of Ipuwer and the Lord of All in the Ramesside Period and Beyond). 

 

Dr. Roland Enmarch - arqueólogo



     Vamos analisar algumas coisas mencionadas nesse papiro e compará-las aos fatos mencionados no livro de Êxodo: 


O Rei do Egito morreu e não teve velório


     De acordo com o papiro, o Rei do Egito morreu sem ter um velório. 

A bíblia não diz diretamente que o Faraó morreu durante sua perseguição aos hebreus no Mar Vermelho, mas há quem defenda que a bíblia dá a entender que o Rei do Egito morreu junto com os seus soldados quando o mar se fechou sobre eles. Por exemplo:

* Moisés diz ao povo que aqueles egípcios que os perseguiam jamais voltariam a ser vistos por eles (Êxodo 14:13).

* Todos os egípcios que entraram pela passagem no mar morreram (Êxodo 14:28). Faraó entrou no mar? Eis a questão. 

* Deus derrubou Faraó e seu exército no Mar Vermelho (Salmos 136:15).  

Aqui alguns sugerem que a palavra "derrubou" indica somente que Faraó foi derrotado por Deus, e não que ele tenha morrido na ocasião. 


O rio se tornou sangue


O Papiro de Ipuwer diz que algumas pessoas ainda continuavam a beber água do rio (Nilo) mesmo ele se tornando sangue: “o rio é sangue e alguns bebem dele ainda assim". 


"Assim diz o Senhor: Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue."

Êxodo 7:17


     Ao que tudo indica, assim que as águas se tornaram sangue, os egípcios ainda insistiram por um tempo em beber daquela água, mas com o passar dos dias os peixes mortos começaram a exalar mau cheiro, tornando impossível consumir aquela água. 


"E os peixes, que estavam no rio, morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito."

Êxodo 7:21



     O Papiro de Ipuwer fala  de homens sedentos a procura de água: 

"Seres humanos sedentos à procura de água" (Papiro de Ipuwer - Leiden 344 - 2:10)


     Sem poderem beber mais das águas do Nilo os egípcios sedentos começaram a cavar poços artesianos:


"E todos os egípcios cavaram poços junto ao rio, para beberem água; porquanto não podiam beber da água do rio."

Êxodo 7:24


     Nesse ponto o sábio Ipuwer cobra providências do Rei do Egito:

"O que faremos então a respeito disso?" ( Papiro de Ipuwer - Leiden 344 -3:10-13).


O fogo consome tudo


     O documento egípcio continua descrevendo a situação lamentável daquele país: 

"De fato, portões, colunas e paredes foram consumidos pelo fogo" ( Papiro de Ipuwer - Leiden 344 - 2:10). 

     

     E isso também se assemelha à narrativa bíblica que fala sobre "fogo correndo sobre a terra": 

"E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor deu trovões e saraiva, e fogo corria pela terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito. E havia saraiva, e fogo misturado entre a saraiva, tão grave, qual nunca houve em toda a terra do Egito desde que veio a ser uma nação."

Êxodo 9:23,24


    De acordo com o documento egípcio, as colheitas foram duramente prejudicadas: 

"De fato, os grãos perecem em todo o canto." (Papiro de Ipuwer - Leiden 344 - 6:3).

 

     A bíblia diz a mesma coisa: 

"E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, desde os homens até aos animais; também a saraiva feriu toda a erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo."

Êxodo 9:25 


Escuridão no Egito


    Ipuwer faz outra observação interessante: "A terra está sem luz" (Papiro de Ipuwer - Leiden 344 - 9:11).  Algo bem estranho para se dizer de uma nação regida por Rá, o deus Sol. Mas ao que parece o deus Sol não conseguiu evitar que a escuridão tomasse conta do Egito. Seria essa a mesma escuridão mencionada no livro de Êxodo?

"E Moisés estendeu a sua mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias."

Êxodo 10:22


     Não é difícil concluir que o documento egípcio está falando das mesmas pragas descritas no livro de Êxodo,  pois as semelhanças são assustadoras. O Papiro de Ipuwer se encontra atualmente no Museu Nacional de Antiguidades de Leiden, Países Baixos.



Sodoma e Gomorra



     As cidades de Sodoma e Gomorra ficaram conhecidas por causa do relato bíblico a respeito da destruição delas (Gênesis 19: 24, 25). Tal destruição  teria sido tão avassaladora que sequer deixou ruínas. Isso, obviamente, impedia que os arqueólogos encontrassem qualquer vestígio que comprovasse a existência histórica dessas cidades. 

     Porém, em 1964 alguns arqueólogos italianos sob o comando do paleógrafo Giovanni Pettinato e do arqueólogo Paolo Matthiae encontraram as ruínas da antiga cidade de Ebla, atual Tell Mardikh. Essa cidade possuía uma grande biblioteca e por isso foram encontrados cerca de 20 mil tabletes cuneiformes. Um desses tabletes foi publicado por Pettinato em 1976. Nele eram listadas 5 cidades: Sodoma, Gomorra, Admá, Zebolim e Bela (também conhecida como Zoar). Esse achado acabou comprovando que essas cidades realmente existiram. 

"Que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar)."

Gênesis 14:2


Anais de Senaqueribe


     De acordo com a bíblia, o rei da Assíria, Senaqueribe, capturou 46 cidades muradas de Judá (2Reis 18:13) e depois cercou a cidade de Jerusalém na intenção de tomá-la também (2Reis 18:17). Esse relato bíblico foi confirmado pela arqueologia em 1830, quando um prisma sexagesimal foi encontrado nas ruínas de Nínive, capital da Assíria. Esse prisma está escrito em cuneiforme acadiano e possui quase 40 centímetros.  Atualmente os arqueólogos já encontraram 3 prismas que possuem o mesmo texto (Prisma de Taylor, Prisma do Instituto Oriental e Prisma de Jerusalém). 

Prisma do Instituto Oriental, Prisma de Taylor e Prisma de Jerusalém (respectivamente) 

O texto do prisma diz:

“Quanto a Ezequias do país de Judá, que não se tinha submetido ao meu julgo, sitiei e conquistei 46 de suas cidades muradas e fortificadas, assim como inúmeras pequenas cidades em suas cercanias” (DONNER: 2000, 372; SILVA, 2005: 16-17).

 

     Uma curiosidade interessante é o fato de que enquanto os povos pagãos dificilmente escreviam sobre suas derrotas, os hebreus faziam questão de escrever tanto sobre suas vitórias como suas derrotas, o que mostra a imparcialidade de seus escritos. 


Jericó



     Jericó também foi uma cidade que ficou famosa por causa do relato bíblico a seu respeito. Ela foi a primeira cidade da Palestina conquistada pelos israelitas depois que eles atravessaram o Jordão.  Era uma cidade protegida por muros e portas extremamente resistentes. 

     Os arqueólogos Ernst Sellin e Carl Watzinger escavaram Jericó entre 1907 e 1909, e o que eles descobriram está de acordo com os relatos bíblicos. 

Ernst Sellin e Carl Watzinger


     Eles encontraram fundamentos de uma muralha dupla cuja parte mais antiga possuía alicerces de dois metros de espessura e a mais nova quatro metros de espessura (ambas da Idade do Bronze). Essas duas partes da muralha eram separadas por um espaço de aproximadamente cinco metros, sendo que algumas casas foram construídas nesse pequeno espaço.

Eles puderam observar também grossas camadas de cinzas, indicando incêndio, o que está em harmonia com a passagem de Josué 6:24, onde é dito que a cidade foi queimada.  



    John Garstang, um arqueólogo que escavou a cidade entre 1929 e 1936 concluiu que a cidade foi destruída cerca de 1400 anos antes de Cristo. Ele também concluiu que a muralha caiu de dentro para fora. Outra coisa descoberta foi que a cidade foi destruída na época da colheita, pois grandes quantidades de grãos foram encontradas. Isso comprova o que a bíblia diz em Josué 3:15.


A Pedra de Pilatos 

Pedra de Pilatos


     Pilatos foi o governador da Judeia que presidiu o julgamento de Jesus (Lucas 23:1). Em 1961um arqueólogo italiano chamado Antonio Frova descobriu o fragmento de uma coluna datada de 29 a 32 d.C., que pertenceu a um teatro de  Cesareia Marítima, uma cidade romana na costa mediterrânea de Israel. Esse fragmento possui uma inscrição em latim que cita o nome do personagem bíblico. O texto diz o seguinte: 

“Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, dedicou ao povo de Cesareia um templo em honra a Tibério”.


Obelisco Negro de Salmaneser  



    O Obelisco Negro de Salmaneser  é um artefato assírio que foi encontrado em 1846 pelo arqueólogo Henry Layard na antiga cidade de Nínive. Esse é um dos artefatos mais antigos a se referir a um personagem bíblico, nesse caso, o rei Jéu (rei de Israel). 

     O artefato mostra o rei Jéu ajoelhado diante do rei da Assíria, pagando-lhe tributos. 



Túnel de Ezequias

Túnel de Ezequias


     Descoberto em 1838 pelo acadêmico bíblico americano Edward Robinson, este é o aqueduto a que se refere a passagem 2Reis 20:20: 

"Ora, o mais dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água à cidade, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?"

2 Reis 20:20

     Esse aqueduto era um túnel que conduzia as águas da fonte de Giom até a piscina de Siloé (reservatório). Sua finalidade era a de abastecer a cidade de Jerusalém durante o cerco dos assírios. 


  Estela de Merenptah

Estela de Merenptah


     Também conhecida como Estela de Israel, é uma estela comemorativa que foi encontrada nas ruínas do templo funerário do Faraó  Meremptá (1236 a.C. a 1223 a.C.). É considerado o único documento egípcio antigo a fazer referência ao nome Israel. Nele o faraó comemora suas vitórias em cima de vários povos, entre eles o povo de Israel. 

Trecho do texto onde o nome de Israel é citado



Cilindro de Ciro



     Foi nesse cilindro que o rei persa Ciro II decretou a reedificação do Templo de Jerusalém, tal como mencionado em 2Crônicas 36:23: 


"Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor seu Deus seja com ele, e suba."

2 Crônicas 36:23


     O cilindro foi descoberto em 1879 e se encontra hoje no Museu Britânico em Londres. Ele data do século VI a.C. 


A Urna de Tiago



     Jesus é um personagem histórico real, alguém que realmente viveu no Oriente Médio e lançou as primeiras sementes daquilo que hoje é chamado de cristianismo. Sua existência histórica é confirmada por vários historiadores. Vejamos algumas menções históricas: 

Tácito


Tácito - Tácito é considerado um dos maiores historiadores romanos da antiguidade.  Ele nasceu em 56 d.C., mais ou menos na época em que os três primeiros evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) começaram a ser escritos. Em uma de suas obras Tácito fala a respeito do Império Romano e de Nero, que foi acusado de provocar um incêndio que devastou Roma no ano 64. Na ocasião Nero tinha tentado colocar a culpa nos cristãos. Veja o que o historiador escreveu: 

“O autor do nome [cristãos] foi Cristo, que no governo de Tibério foi condenado ao último suplício pelo procurador Pôncio Pilatos.” (Anais, XV.)


 Flávio Josefo 


Flávio Josefo


     Flávio Josefo foi um escritor e historiador judeu do século I. d.C.  Em seu livro Antiguidades Judaicas Josefo fez duas menções históricas a Jesus:


"Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo - homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).


     É bom ressaltar que essa menção, conhecida como "Testimonium Flavianum" está sob suspeita de interpolação, ou seja, alguns estudiosos acham que o texto foi alterado tardiamente para fazer parecer que Josejo estava admitindo o messianato de Jesus.  Ora! Josefo era judeu, e até onde sabemos, nunca se converteu ao cristianismo. Se Josefo realmente acreditava que Jesus era o Messias, como o texto dá a entender, então era de se esperar que ele mesmo se tornasse cristão. 

     Infelizmente o manuscrito original desse livro não existe mais, e por isso não dá para provar se houve mesmo a tal interpolação. No entanto, porém, existem manuscritos antigos, manuscritos gregos e árabes. O texto que citei acima e que está sob suspeita de interpolação é oriundo do manuscrito grego, mas no manuscrito árabe Josefo se expressa de outra forma, veja:


"Havia neste tempo um homem sábio chamado Jesus, e sua conduta era boa, e ele era conhecido como sendo virtuoso. E muitas pessoas entre os judeus e de outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e à morte. E aqueles que tinham se tornado seus discípulos não abandonaram sua lealdade a ele. Eles relataram que ele tinha aparecido para eles três dias após a crucificação, e que ele estava vivo. Eles acreditavam que ele era o Messias, a respeito de quem os profetas tinham contado maravilhas."


     Note que na versão árabe Josefo não admite o messianato de Jesus, mas apenas diz que os judeus acreditavam que Ele era o Messias. A versão árabe está mais de acordo com o posicionamento religioso do historiador. Muito provavelmente a versão grega sofreu um acréscimo tardio. De qualquer forma, a menção a Jesus nessas duas versões não é contestada.

     O historiador Flávio Josefo ainda chegou a fazer uma segunda menção a Jesus no mesmo livro, veja: 


"(O sumo sacerdote) Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254).


Plínio, o Moço (ou Plínio, o Jovem) 


Plínio, o Jovem



     Esse escritor romano foi também governador da Bitínia (atual Turquia). Na época ele escreveu ao imperador Trajano sobre como estava tratando os cristãos na Bitínia. Plínio disse que estava tentando forçar os cristãos a renunciar sua fé e que executava os que não fizessem isso. Ele escreveu: 


“Decidi libertar os que . . . repetiram comigo uma invocação aos deuses [pagãos] e adoraram . . . sua imagem [isto é, do imperador] . . . e que, por fim, amaldiçoaram Cristo.” (Cartas de Plínio, * Livro X, XCVI.) 


     Ainda poderia citar outros historiadores, tais como  Suetônio, Luciano de Samósata, Tertuliano e outros. Como se vê, base histórica para comprovar que Jesus realmente existiu como uma pessoa real não faltam, mas ainda faltavam achados arqueológicos. Porém, em 2002 foi revelado ao mundo um importante achado arqueológico  chamado de "A Urna de Tiago". Trata-se de uma urna funerária de pedra contendo os ossos de Tiago, chamado  Tiago Menor, a quem a tradição atribui a Epístola de Tiago. Na urna podemos ler uma inscrição em aramaico que diz o seguinte: 

“Tiago, filho de José, irmão de Jesus”


   Tiago é citado no livro de Marcos como sendo um dos irmãos de sangue de Jesus: 


"Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele."

Marcos 6:3


      Essa urna nos forneceu a primeira menção epigráfica de Jesus em um achado arqueológico, sem dúvida uma importante prova da existência histórica do personagem central do Novo Testamento. 

     Porém, os críticos não poderiam aceitar um achado tão importante para o cristianismo assim tão fácil. Em 2004, Oded Golan, o proprietário da urna, foi acusado de ter falsificado a inscrição. Golan adquiriu a urna de um colecionador de antiguidades em Jerusalém. Começou aí uma verdadeira batalha para comprovar a autenticidade da urna. 

     Em 2005 o caso foi parar no tribunal, e depois de muita batalha judicial e de análises feitas por especialistas, concluiu-se, finalmente, que a urna era legítima:

* Peritos em paleografia reconheceram que as letras aramaicas que aparecem na urna são do primeiro século. 

* Peritos em geologia e paleografia reconheceram que a urna tinha mais de 19 séculos, e que era feita com calcário da região de Jerusalém. 

* Geólogos judeus não conseguiram encontrar qualquer indício de falsificação na inscrição.

* O perito da IAA (Autoridade de Antiguidades de Israel )Yuval Gorea fez testes microscópicos na urna. Esses testes revelaram que  a pátina onde se lê “Jesus” é antiga.


Portanto a conclusão final foi a de que a Urna de Tiago é legítima. 


     Recentemente encontraram uma pedra de 1.500 anos com uma dedicatória a Jesus em uma região árabe. Esse artefato levou os arqueólogos a confirmarem a existência de igrejas cristãs em assentamentos primitivos árabes há pelo menos 1.500 anos, em Israel. A pedra possui a seguinte inscrição: 

“Cristo nasceu de Maria”


     O artefato foi encontrado no Vale de Jezreel, comunidade da cidade Tayibe, ao norte de Israel. “A importância da inscrição é que até agora não sabíamos com certeza se havia igrejas deste período nesta área”, disse o arqueólogo Walid Atrash, da Autoridade de Antiguidades de Israel, ao jornal The Times of Israel. Hoje essa região onde esse artefato foi encontrado é dominada pelo islã. 

     


 

Atenção: esse artigo ainda está em construção. Aguarde atualizações... 

4 comentários:

  1. Engraçado que também encontraram 'evidencias' do tipo de divindades gregas, existencia de cidades nórdicas mitológicas e milagres de entidades animísticas.

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  2. Tiago ser irmão de Jesus é problemático pois Maria por ser a mãe de Jesus logo mãe de Deus também teria que ser imaculada e sempre virgem.

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